A dermatite alergia à picada de pulga, ou DAPP, é uma alergia provocada pela saliva da pulga. No cão afecta a área lombossagrada e membros posteriores, e no gato ainda se incluir a região do pescoço. Observam-se pápulas e perda de pelo. A comichão provocada leva os animais a coçarem-se causando outras lesões. O tratamento consiste no controlo da pulga através de parasiticidas aplicados no animal e eliminação de formas imaturas no ambiente.
A dermatite alergica à picada de pulga é uma hipersensibilidade do tipo I e IV. A hipersensibilidade é o aumento da sensibilidade ou reacção a uma substância estranha, neste caso a saliva da pulga.
Em que época é mais frequente?
A alergia à pulga ocorre nos meses favoráveis ao desenvolvimento do ciclo de vida do parasita. Assim, ocorre principalmente nos meses quentes da Primavera e Verão, podendo desaparecer no Inverno. Em lugares quentes e húmidos que sofrem pouca variação com as estações a pulga poderá estar presente todo o ano.
O meu animal está em risco?
A dermatite alérgica por picada de pulga poderá aparecer a qualquer idade, mas é mais frequente em animais entre os 3 e 6 anos. Aparece com maior frequência em animais que sofram de atopia. Exposição intermitente a pulgas poderá potencial o desenvolvimento.
Sinais da alergia à picada de pulga em cães
Em cães aparece como dermatite pruriginosa com crostas e descamação na área lumbossagrada e membros posteriores. No abdómen poderão aparecer pápulas e crostas. O prurido leva o cão a coçar-se, morder-se e lamber-se podendo originar falta de pêlo (alopecia), infecções de pele (piodermite) e descamação principalmente na zona das axilas, inguinal, pescoço e orelhas. Traumas por longos períodos poderão originar lesões como hiperpigmentação e espessamento da pele (liquinificação).
Sinais da alergia à picada de pulga em gatos
Nos gatos a DAPP aparece como alopecia simétrica na área lombar e dos flancos, dermatite miliar ou erosões e úlceras na cabeça e pescoço. O prurido intenso leva-os a lamber e coçar insistentemente, podendo ocorrer auto-mutilação que origina patologias secundárias, como piodermite, ou alopecia. Raramente poderá originar o complexo granuloma eosinofilico.
Diagnóstico da dermatite alergica à picada de pulgas
O diagnóstico faz-se através da história clínica, observação das pulgas ou das suas fezes (pontos negros encontrados no pêlo do animal) e através das lesões características. O diagnóstico confirma-se quando há resposta ao tratamento.
Tratamento da dermatite alergica à picada de pulgas
O tratamento consiste na eliminação do agente causador – a pulga. Se este não for possível poderá fazer-se tratamento da sintomatologia. Não se deverá esquecer o tratamento de dermatites e piodermites secundárias com antibioterapia.
Eliminação da pulga
As pulgas são um parasita difícil de eliminar uma vez que apenas 10% são adultos que se encontram no animal. Os restante 90% são fases imaturas, ovos e larvas, que se encontram no ambiente, especialmente em locais húmidos e quentes.
Em meses quentes o ciclo de vida desenvolve-se rapidamente dando origem a adultos que saltam para um hospedeiro de sangue quente e picam. Por isso, o tratamento das pulgas não se pode basear na eliminação das pulgas no cão ou gato, é necessário eliminar também as presentes no ambiente. Assim poderá seguir o seguinte esquema:
Controlo de pulgas no animal: aplicar ectoparasiticidas tópicos em todos os animais da casa. Poderão ser sprays, pipetas, banhos ou coleiras. É preferível a versão “Plus” que contenha inibidores de crescimento das fases imaturas.
Repelentes: o animal poderá utilizar uma coleira repelente na tentativa de evitar que a pulga salte para si.
Controlo ambiental: poderá aplicar produtos para a eliminação das pulgas no ambiente, como sprays contendo piretroides e produtos inibidores do crescimento dos insectos, como o lufenuron.
Limpeza: a limpeza minuciosa da casa permite eliminar as formas imaturas. Deverá lavar cobertores, caminhas, carpetes e sofás e limpar o chão em todas as áreas. Deverá aspirar toda a casa uma a duas vezes por dia.
Limitar as saídas ao exterior: evite passear o cão em zonas com ervas altas ou frequentadas por animais errantes. No caso dos gatos, poderão ser mantidos em casa para evitar a re-infestação.
Tratamento dos sintomas de alergia
Esteroides: diminuem a inflamação e o prurido enquanto se faz o controlo de pulgas. No entanto não substituem o controlo das pulgas – a sua aplicação a longo prazo é prejudicial à saúde do animal.
Anti-histaminicos: reduzem os sintomas impedindo a libertação da substância que dá o alerta para o alergénio.
muinto interesante o assunto sobre os animais bacana. adorei.