A ceratoconjuntivite seca em cães e gato é a deficiência na produção de lágrima, geralmente devido à perda do tecido produtor de lágrima. O olho seco causa desconforto e inflamação da córnea.
A ceratoconjuntivite é tratada através da aplicação de colírios como lágrimas artificiais e estimulantes da produção de lágrima.
A cirurgia consiste em redirecionar uma glândula salivar para o olho, de forma a lubrificá-lo. No entanto, procedimento é difícil de realizar.
O que é a ceratoconjuntivite seca em cães e gatos?
A ceratoconjuntivite seca (ou queratoconjuntivite seca) em cães e gatos ocorre quando as glândulas lacrimais não produzem lágrimas suficientes para manter a superfície do olho húmida e saudável.
A ceratoconjuntivite seca é quantitativa quando há uma produção insuficiente de lágrima (medido pelo teste de Schirmer). É qualitativa quando há redução nos constituintes lipídicos e mucina da lágrima, reduzindo o tempo de permanência no olho.
O olho seco cursa com desconforto e inflamação da córnea devido à fricção, desidratação, malnutrição do epitélio da córnea e conjuntiva, e infeção secundária. Poderá resultar no aparecimento de úlceras da córnea.
A irritação crónica da superfície do olho causa metaplasia, escurecimento (hiperqueratinização), espessamento, e aumento do sangue em circulação (hiperemia). Depositam-se pigmentos, lípidos e cálcio na córnea, tornando-a mais resistente à ulceração mas causando perda de visão ao ficar branca e opaca.
Sinais clínicos da ceratoconjuntivite seca em cães e gatos
Os sinais de ceratoconjuntivite seca quantitativa em cães e gatos incluem:
- Córnea seca;
- Conjuntivite;
- Úlceras da córnea;
- Coçar os olhos;
- Pestanejar frequente (bleferospasmo);
- Olhos vermelhos e irritados;
- Secreções oculares grossas, aderentes e mucopurulentas;
- Engrossamento, pigmentação ou vascularização da córnea.
Causas da ceratoconjuntivite seca em cães e gatos
As causas de ceratoconjuntivite seca em cães e gatos incluem:
- Condição autoimune com destruição e atrofia do tecido produtor de lágrima ou outras (ex. adenite lacrimar imunomediada);
- Congénito (falta de tecido lacrimal) ou idiopático (ex. neurogénico);
- Trauma na glândula lacrimal ou nervos;
- Conjuntivite crónica e severa;
- Doenças infecciosas (ex. esgana canina, leishmania);
- Remoção da terceira pálpebra;
- Radioterapia local;
- Medicação (ex. anestésicos, xilazina, medetomidina, butorfanol e atropina).
Diagnóstico da ceratoconjuntivite seca quantitativa em cães e gatos
O diagnóstico da ceratoconjuntivite seca em cães e gatos baseia-se na história clínica. O médico veterinário irá avaliar fatores que possam afetar as glândulas lacrimais, como administração de fármacos, cirurgias, vacinas ou traumas.
O exame oftalmológico permitirá avaliar a córnea. O teste de Schirmer é essencial para medir a produção de lágrima. Neste teste, é introduzida uma fita de papel especial na conjuntiva ocular.
Tratamento da ceratoconjuntivite em cães e gatos
O tratamento da ceratoconjuntivite em cães e gatos permite proteger o olho e passa por:
- Estimulantes da produção de lágrima tópicos (ex. ciclosporina A, tacrolimus, pilocarpina);
- Colírios lubrificantes ou substitutos da lágrima (lágrima artificial, gel ou soluções de celulose);
- Antibióticos e anti-inflamatórios tópicos;
- Colírios mucolíticos (para remover o muco);
- Procedimentos cirúrgicos.
O tratamento tópico poderá ser necessário para toda a vida. Quando a resposta à medicação durante 3 a 6 meses é insuficiente, poderá considerar-se a cirurgia.
A cirurgia passa pela transposição do ducto de uma glândula salivar (ex. glândula parótida) para a conjuntiva. É apenas realizada por médicos veterinários especialistas por ser um procedimento muito difícil, com recuperação complica, e que poderá não ser bem sucedido.
Prognóstico da ceratoconjuntivite seca em cães e gatos
O prognóstico da ceratoconjuntivite seca canina e felina depende da causa e da resposta ao tratamento.
O tratamento tópico será necessário para toda a vida e a monitorização é feita a cada 6 a 12 meses.
O prognóstico é mau quando não há resposta ao tratamento. Nestes casos é provável que o animal fique cego.
Ceratoconjuntivite seca qualitativa em cães e gatos
A ceratoconjuntivite seca qualitativa ocorre quando há redução nos lípidos e mucina da lágrima, reduzindo o seu tempo no olho. Os sinais clínicos são mais subtis, com pestanejar frequente, vascularização da córnea, e presença de muco.
A deficiência de produção de constituintes da lágrima pode resultar de inflamação das pálpebras ou glândulas lacrimais, infeção do olho (ex. Staphylococcus, Candida, Malassezia), ou destruição das células produtoras de muco por doença imunomediada.
É diagnosticada quando o teste de Schirmer demonstra que está a ser produzido uma quantidade de lágrima normal mas a aplicação do corante fluoresceína no olho demonstra a perda rápida da lágrima. Ainda poderá ser feita a biopsia da conjuntiva e avaliação da margem das pálpebras.
A ceratoconjuntivite qualitativa torna a córnea mais sensível a medicações pois não há diluição na lágrima. Assim, o tratamento com colírios e pomadas deverá ser mais cuidadoso.
Perguntas frequentes sobre a ceratoconjuntivite seca em cães e gatos
O que é a ceratoconjuntivite seca em cães e gatos? É o olho seco devido à deficiência na produção de lágrima. Esta deficiência pode resultar da produção de uma quantidade insuficiente de lágrima ou da rapidez da sua perda por falta de produção de certos constituintes (muco e lípidos).
Quais são os sintomas da ceratoconjuntivite seca em cães e gatos? Os principais sinais são olho secos, irritados, vermelhos, presença de muco, coçar os olhos e pestanejar frequente.
Como tratar a ceratoconjuntivite seca em cães e gatos? É tratada com a aplicação de medicação tópica, como colírios (ex. lágrima artificial, estimuladores da produção de lágrima) ou de cirurgia. A cirurgia consiste no transplante de glândulas salivares menores no tratamento da ceratoconjuntivite seca em cães.
A ceratoconjuntivite seca em cães e gatos tem cura? A maioria dos casos de ceratoconjuntivite seca em cães e gatos são causadas pela perda do tecido produtor de lágrima. A cirurgia poderá curar estes casos ao lubrificar o olho com recurso às glândulas salivares. Esta cirurgia é difícil de realizar e poderá não ser bem sucedida. O tratamento para a vida consiste na aplicação de colírios no olho (ex. lágrima artificial, estimuladores da produção de lágrima). O prognóstico é mau e pode desenvolver-se cegueira se não houver resposta a este tratamento.
O que é o teste de Schirmer usado em cães e gatos? É um teste usado na oftalmologia para quantificar a produção de lágrima. É medida a absorção de lágrima por um papel especial que é mantido em contacto com o olho.