10 dicas de como proteger os cães do frio no inverno

No inverno, as temperaturas caem. Os cães que passam muito tempo no exterior sofrem com o frio e podem até mesmo desenvolver queimaduras de frio ou hipotermia. Por isso, é importante que os cuidadores saibam como proteger os cães do frio no inverno seguindo as nossas 10 dicas.

 

Os cães sentem frio?

Os cães sentem frio quando as temperaturas se tornam muito baixas, tal como nós. A pelagem pode ajudar na resistência, mas não impede que o cão sinta frio ou até sofra de hipotermia caso a temperatura desça muito.

Especialmente à noite, quando as temperaturas caem muito, os cães sentem-se frios e poderão até sofrer de hipotermia. Por isso é recomendado que o cão esteja apenas pequenos períodos de tempo no exterior e durma sempre dentro de casa.

Raças mais tolerantes ao frio incluem Akita Inu, Malamute do Alasca, Samoiedo, Husky Siberiano, Mastiff Tibetano, Chow Chow, Bouvier de Flandres, Shiba Inu, entre outros. Raças mais sensíveis ao frio incluem Chihuahua, Galgos, Pitbull Terrier, Boston Terrier, Pug, Bulldog Francês, Greyhound, Boxer, Grand Danois, Dachshund, Pinscher miniatura e Yorkshire Terrier.

 

O quão frio é demasiado frio para o meu cão?

A resposta a esta questão é complicada, pois depende do tamanho do cão e da meteorologia. Raças pequenas perdem mais rapidamente o seu calor interno, sendo mais sensíveis ao frio. E em condições de chuva e humidade, a perda de calor corporal é mais rápida.

É considerado que a baixo de 4ºC deve-se ter atenção redobrada ao levar o animal ao exterior. Quando a temperatura desce aos -4ºC, é recomendado que o animal apenas esteja no exterior por breves momentos. No entanto, raças nórdicas (como o Husky) ou habituadas ao frio poderão ter maior resistência.

Pelo com duas camadas, cores escuras que absorvem a luz solar, tamanhos grandes, uma camada saudável de gordura corporal (não significa obesidade), habituação ao clima, saúde e idades jovens são características que aumentam a resistência do cão ao frio.

Por outro lado, vento, humidade elevada ou chuva, e céu nublado são fatores que reduzem a resistência ao frio. Uma atividade intensa no exterior pode levar à produção de calor pelo cão, tornando-o mais confortável.

Como posso proteger o meu cão do frio?

Proteger o cão do frio é uma questão de senso comum, mas que deverá preocupar o cuidador. No caso de animais muito jovens ou idosos que têm maior dificuldade na regulação da temperatura corporal os cuidados deverão ser redobrados. Por isso, deixamos aqui 10 dicas simples de como proteger cães do frio:

  1. Limite o tempo no exterior: saia pelo tempo estritamente necessário, mantenha o cão ativo e sob supervisão – mesmo cães nórdicos podem sofrer com o frio se passarem muito tempo em temperaturas extremas.
  2. Vista-o com roupa quente: em cães pequenos ou de pelo curto uma roupa quentinha ajuda a manter a temperatura corporal, tornando-o mais confortável.
  3. Mantenha as patas secas: o gelo, neve, chuva e tóxicos como descongelantes podem ser uma ameaça para as patinhas do cão – limpe-as sempre com uma toalha antes de entrar em casa e procure lesões, corte os pelos entre as patas para evitar a acumulação de gelo e se quiser proteja com sapatinhos para cães.
  4. Não o deixe sozinho no carro: há uma grande variação de temperatura no interior do carro, sendo muito quente no verão e muito frio no inverno – não deixe o seu cão sozinho no carro pois pode tornar-se muito frio e levar à hipotermia.
  5. Crie espaços quentes na casa: ponha à disposição do cão caminhas e mantas quentes para que se possa aquecer, manter uma temperatura agradável no interior é boa ideia mas deverá ter sempre cuidado para que o cão não se queime em aquecedores ou possa começar um incêndio.
  6. Conheça os sinais de hipotermia: se o cão está a chorar ou ansioso, treme e parece fraco, tem gelo no corpo, está muito parado e procura locais quentes poderá estar a sofrer de hipotermia e deverá envolve-lo em cobertores e levá-lo com urgência ao médico veterinário.
  7. Não corte o pelo, mas mantenha-o asseado: o pelo grosso e comprido cria uma barreira que ajuda a manter o cão quente, por isso evite fazer tosas quando se aproxima o clima frio para manter este pelo protetor, por outro lado mantenha-o limpo pois a sujidade e nós comprometem a insulação.
  8. Mantenha uma boa alimentação: no inverno há um pequeno aumento nas necessidades calóricas pois é o corpo tem que produzir mais calor (cerca de 10%), por isso o seu cão poderá precisar de comer um pouco mais de ração, mas tenha cuidado para não levar à obesidade.
  9. Não dê banho em dias frios: após o banho o pelo e pele ficam molhados aumentando as perdas de calor podendo levar à hipotermia, por isso é preferível dar banhos em dia quentes e manter o cão em casa após o banho até ficar bem seco.
  10. Mantenha a pele hidratada: o frio seca a pele do nariz e patas, podendo levar a gretas dolorosas que poderão ser evitadas através da aplicação regular de um hidratante, como vaselina.

 

Riscos da exposição ao frio

Os principais riscos da exposição dos cães às temperaturas baixas são as queimaduras pelo frio e a hipotermia. Ambos deverão ser evitados pela limitação da exposição ao frio. No caso de se desenvolverem, deverá manter o animal quente e levá-lo com urgência à clínica veterinária mais próxima.

 

Queimaduras de frio

As queimaduras de frio são lesões inflamatórias e necróticas que se desenvolvem nas extremidades devido ao frio. O frio intenso leva a repostas fisiológicas com o objetivo de preservar o calor corporal. Entre essas respostas está a constrição dos vasos periféricos, para que menos sangue circule nas extremidades para evitar as perdas de calor.

No entanto, estas extremidades são também as áreas mais suscetíveis ao frio. Assim, a vasoconstrição e o frio podem levar a que os tecidos das extremidades comecem a sofrer lesões. Nos cães, as áreas mais afetadas são as orelhas, nariz, ponta da cauda e patas.

As lesões, conhecidas como queimaduras de frio, poderão ser graves ao ponto de desenvolver necrose e haver perda do tecido. Por isso, é preciso ter atenção especial a estas áreas e limitar a exposição do animal ao frio. Em caso de queimadura de frio, deverá procurar assistência veterinário o mais brevemente possível.

 

Hipotermia canina

A hipotermia é a baixa temperatura corporal no cão devido à exposição prolongada ao frio ou a fatores, como idade ou saúde, que comprometam a termorregulação (ao contrário da hipertermia). Por exemplo, um cachorro recém-nascido não faz controlo da sua temperatura corporal, dependendo da mãe, sendo mais predisposto à temperatura. Por outro lado, uma animal doente terá também menor resistência ao frio.

Nos cães, a hipotermia é considerada quando a temperatura corporal cai a baixo de 35ºC, sendo que o organismo se torna incapaz de se termorregular. A hipotermia leva a uma depressão do sistema nervoso central, também reduzindo o batimento cardíaco, frequência respiratória e o sistema imunitário. Em casos graves, pode levar à perda de consciência e coma, podendo resultar na morte.

Os primeiros sinais de hipotermia são a fraqueza, tremores, perda de atenção, podendo progredir para rigidez muscular, baixa pressão arterial, baixa frequência respiratória e estupor. É importante que o cuidador reconheça os princípios de hipotermia para que possa intervir a tempo.

Se suspeita que o seu cão está a sofrer de hipotermia deve aquecê-lo. Mantenha-o quente enrolando-o em cobertores e colocando até botijas de água quente. Leve-o de urgência ao médico veterinário para que a sua recuperação possa ser seguida evitando lesões secundárias.

 

Conclusão

Quando o tempo se torna frio, principalmente no inverno, deveremos evitar a exposição do nosso cão aos elementos. Os passeios deverão ser curtos e a casa deverá ser mantida quente e com locais acolhedores ao cão. Se não tem opção de levar o cão para casa, crie um espaço quente e seco no exterior para que o cão se possa proteger. Reforce a alimentação e mantenha água sempre à disposição.

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